Quando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a exemplo do que fizera antes o ex-deputado e, também, presidente, Eduardo Cunha (MDB-RJ), promoveu uma minirreforma eleitoral, todos sabem, deu no que deu, e acabou com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, com a ascensão de Michel Temer que de vice assumiu o governo promovendo uma série de reformas mas acabou garfado pela gravação de Joesley Batista, o “rei do gado”. De lá para cá, melhorou alguma coisa?

Quase, porque a ruptura no sistema de comunicação acabou elegendo Jair Bolsonaro, ou seja, a esquerda ficou refém da direita, enquanto os membros do Centrão tentam, a todo o custo, inviabilizar o governo e, vida que segue. Mas a janela que na legislação eleitoral se abre seis meses antes das eleições para beneficiar os políticos e trocar de legenda, pela mais conveniente, vai levar durante o mês de março a uma dança de troca partidária, com o objetivo de ficar longe das legendas menos viáveis.

Depois que o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, achou que era o rei da cocada preta e não devia satisfações a Bolsonaro, deixando de prestar contas e atender aos pleitos do governo, a tentativa de criar o Aliança Pelo Brasil a tempo de disputar as eleições deste ano não deu resultado ainda e, pelo que se observa, os seguidores do presidente vão se alojar em outros partidos para disputar as eleições municipais.

Pior para muitos, principalmente os vereadores com mandato, vai ser a sobrevivência porque o fim das coligações partidárias, vai exigir gastar muita sola de sapato e, para quem tem, dinheiro, o que pode presumir uma renovação grande na representação política municipal. Como alguns nomes ensaiados no desfile de candidatos vão sendo abatidos, outros começam a surgir fazendo barulho. Agora, tem gente apostando que não será tão fácil a sucessão de Dr. Aluízio que de tanto defenestrar os aliados e seguidores de carteirinha, pode não conseguir plantar sua base, mesmo no PSDB que foi de Silvio Lopes. A janela está aberta nos próximos 30 dias.

Quem esperava mais…

Teve menos do que o prometido e acreditava em promessa política. E assim muitas cabeças vão rolando e pelas redes sociais pretensos candidatos ou cabos eleitorais, continuam aguardando o final do mês de março para ver, depois que fechar a janela eleitoral, quem sobra e quem vai, de fato, subir no estribo do bonde que está passando e chegar ao fim da linha que é a eleição. Este ano, o prefeito em vez de fazer o que vinha fazendo até o ano passado, ou seja, passar o carnaval no bairro chic de Macaé – Armação dos Búzios onde desfila o Geriboi, bloco que se tornou tradicional por reunir gente da alta sociedade, empresários e outros mais abastados que têm casa por lá – preferiu buscar a Liecam, organizar blocos de rua e até desfile de boi pintadinho e escolas de samba na terça-feira de Carnaval. Se surtiu algum efeito, poucos comentários, mas apenas uma observação: as escolas de samba deveriam fazer a festa sem dinheiro público.

Ou seja, ninguém faz festa sem dinheiro e basta seguir o dinheiro para saber de onde veio. Este é um dos maiores desafios da Liecam, explicar como e quem bancou a festa, já que, palavras do Rei, não teve subsídio, não teve dinheiro público. Como tem vereador com sede de ir ao pote, o caso pode até despertar alguns da oposição (?), para desvendar o segredo. Mas o Carnaval continuou mesmo com a cidade um tanto vazia pelo grande número de pessoas que viajaram para aproveitar o período de descanso ou até “brincar o carnaval” em outras plagas. Mas o problema maior a partir de agora, é conhecer quem vai desfilar na corrida política rumo à prefeitura e à Câmara de Vereadores, considerando que até o final de março, a apenas sete meses das eleições, são três os que colocaram a cara na reta: Welberth Rezende, André Longobardi e Maxwell Vaz, prometendo entrar com o apoio do deputado Chico Machado, o empresário Silvinho Lopes, considerado o “azarão” dessa corrida.

 

PONTADAS

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que agora disputa com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), conseguiu do governo federal mais de R$ 120 milhões para obras no Amapá e faz corpo a corpo com o irmão Jodiel, empresário por lá, para elegê-lo prefeito da capital. Os dois tentam defenestrar o ex-senador José Sarney das decisões políticas por lá. O que ele está fazendo não é abuso de poder econômico?

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E por falar em abuso de poder econômico e político, não só o Tribunal Superior Eleitoral, como o STF estão sendo desrespeitados pelo Congresso. Enquanto o STF declara a perda de mandato de um deputado condenado, o TSE também quer o afastamento da ex-juíza Selma que se elegeu senadora e foi condenada também por abuso de poder econômico e político. Tanto a Câmara quanto o Senado, estão peitando as Cortes.

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Em Macaé não é diferente. A Justiça também está apertando o cerco ao governo municipal acossado pelo Ministério Público, por falta de respostas a vários pedidos de informações o que configura crime. Se bobear, Dr. Aluízio pode não ser candidato em 2022 como planeja, desde que sentenciado, se torne inelegível, o que não parece difícil se a água do rio continuar correndo com força para o mar.

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Até domingo