A Universidade Federal Fluminense (UFF) promoveu mais uma edição do “Café com RH"

Evento discutiu temas ligados a rotina de trabalho delas que deixaram de ser o “sexo frágil” em áreas antes predominantemente masculinas

Se dentro de campo a jogadora Marta ganhou a atenção do mundo ao levantar a bandeira por direitos iguais durante a Copa do Mundo Feminina de Futebol, longe dos holofotes dos gramados muitas mulheres vêm se estabelecendo em áreas antes predominantemente dominada por homens. E se os desafios são muitos, elas driblam as dificuldades impostas e mostram que são craques a frente de grandes equipes em empresas multinacionais.

E para mostrar essa realidade, a Universidade Federal Fluminense (UFF) promoveu, na última terça-feira (25), mais uma edição do “Café com RH”. Contando com a presença de representantes de empresas sediadas em Macaé, a instituição promoveu a roda de debate “Tinha que ser mulher”, em que abordou o tema gênero e trabalho.

As convidadas Mariana Lima, da BRK Ambiental, Wytila Siesczkowski, da Aker Solutions, Anelisa Sardella Godrim, da Schulumberger, e Brena Poses da Ocyan falaram sobre suas experiências e ilustraram o cenário do mercado de trabalho na cidade, em especial em suas áreas de atuação ainda predominantemente masculinas:

“Sou engenheira química e lido com essa realidade desde quando era estudante e ouvia que para embarcar somente homens eram contratados. Hoje estou em uma empresa de saneamento, onde o número de homens é muito grande, percebo uma realidade diferente. Temos uma CEO mulher, a Teresa Vernaglia, e outras mulheres ocupando cargos importantes em diversas áreas, além de ações de incentivo ao respeito a diversidade. Isso prova que o lugar da mulher é onde ela quiser estar”, disse Mariana Lima.

Processo de mudança – Se a realidade do mercado de trabalho está em processo de mudança, como mostrou o debate do “Café com RH” da UFF, a desigualdade de gênero ainda se mostra um verdadeiro “7 x1”, de acordo com os dados sobre o assunto. Um estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho), por exemplo, aponta que, mesmo em maior número, 20% das mulheres ainda recebem menos que os homens para exercer um mesmo cargo. Entre os postos de trabalho mais altos, como cargos executivos e de diretoria, por exemplo, apenas 27,1% são ocupados por mulheres. Nada que faça com que as mulheres deixem de acreditar em uma virada neste placar:

“Ainda vemos uma indústria conservadora e que não está acostumada com mulheres ocupando altos cargos. E nós temos que trabalhar para mudar essa realidade. A discussão está na mesa e o tempo de nos colocarmos sobre o assunto é esse”, finalizou Wytila.