Troca de secretário volta a expor problemas na Saúde

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Vereador Luiz Fernando dedicou o grande expediente para expor os problemas da rede municipal de Saúde

Vereadores, da oposição e da base aliada do prefeito, criticam mudanças na gestão da rede pública

 

Nos últimos dias, em tempos de embates políticos ocasionados pelo processo eleitoral, o único tema capaz de gerar unanimidade entre os vereadores de oposição, e a base aliada do governo, é o colapso do sistema municipal de Saúde. E com a recente troca de secretário, a pasta voltou a ser o tema central dos debates registrados na sessão ordinária de ontem (11) do Legislativo.

Logo na abertura da sessão, a exoneração de Gustavo Gusmão, que respondia pela secretaria há pouco mais de três meses, foi comentada pelo líder da Frente Parlamentar Macaé Melhor, Maxwell Vaz (SD).

Para o parlamentar, o governo causa risco jurídico ao determinar que o Controlador Geral, Luiz Carlos, acumule a função de secretário de Saúde. “Como o Controlador também vai ser secretário? Essa medida coloca em risco jurídico o governo. Ele exerce uma função muito técnica que requer uma dedicação quase que exclusiva. E a Saúde merece uma atenção melhor, porque está em situação precária”, apontou Maxwel.

O mesmo posicionamento foi apresentado pelo presidente da Câmara, Dr. Eduardo Cardoso (PPS). “O Controlador é o que diz não. E ele vai dizer não para ele mesmo? Acho que já mudou tanta gente, que não tem mais quem colocar? Estão olhando para o banco de reservas e vai que está ali. Eu previ isso aqui! Não vai durar três meses! O rapaz poderia ser sério e trabalhador, mas não servia para ser secretário de Saúde. O secretário precisa saber o que é vacina, o que é urgência e emergência, o que é atendimento de ponta”, disse Eduardo.

Márcio Bittencourt (MDB) fez coro ao apontar os problemas encarados pela rede pública. “O secretário de Saúde precisa entender da parte básica, o que é o SUS. Hoje vemos que as licitações não estão acontecendo, e isso quando ocorre na Saúde, acontece morte. Acontece desabastecimento em massa no Hospital, que é nocivo. É preciso que esses processos licitatórios andem”, criticou Márcio.

Uma das vozes mais atuantes da oposição, o vereador Luiz Fernando (PTC) dedicou o seu discurso, no grande expediente, ao analisar o atual cenário de colapso da rede municipal de Saúde. “Fiquei sabendo de ontem para hoje do pedido de exoneração feito pelo próprio secretário. Em menos de dois anos, três secretários passaram pela pasta, inclusive o prefeito. Quase R$ 600 milhões são gastos, e nem por isso, melhorou o atendimento no HPM, PSF fechados. Duas UPAs que atendiam à população com qualidade, com remédios e exames. Como estão hoje? Para onde está indo o dinheiro da Saúde? O que está acontecendo nesta secretaria que não para ninguém? O prefeito vigia a própria sombra, porque não confia em ninguém!”, declarou.

Luiz Fernando traçou um paralelo entre a situação da Saúde do município antes e depois da era “da mudança”. “Na época em que o presidente da Casa foi secretário, o Hospital da Criança funcionava! As UPAs tinham qualidade. Hoje, o servidor tem que levar papel higiênico, a água para beber. Não se faz o básico, uma cirurgia de catarata. Estou indignado com esse troca-troca de secretários, que nada melhora o atendimento à população. A Saúde de Macaé está doente! O que está acontecendo? Estamos muito mal”, declarou.