“Ser contra o aborto é defender o direito à vida”

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Delegado da Polícia Federal, Felício Laterça, é contra as mudanças no Código Penal

Opinião da maioria da sociedade brasileira defende os princípios da família, diz Felício Laterça

Em pesquisa do Datafolha, divulgada na última quarta-feira (22), 60% dos brasileiros se posiciona contra as mudanças no Código Penal que criminalizam o aborto. Este tema torna-se mais sensível na sociedade em virtude das discussões políticas provocadas pelo processo eleitoral. Membro do partido liderado pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o delegado da Polícia Federal, Felício Laterça, aponta que é inviável qualquer discussão que visa tornar mais flexíveis os artigos do Código Penal que criminalizam a interrupção indiscriminada de gestações.

“Essa amostragem da pesquisa indica que a sociedade presa pelos seus princípios e defende que o direito à vida está acima de todas as coisas. Uma vida não pode pagar o preço pela falha das pessoas. A proibição do aborto ainda é o único caminho capaz de resgatar princípios e de defender ensinamentos que compõem hoje a vida de famílias que lutam para viver do lado do bem”, disse Felício.

No início deste mês, o Congresso da Argentina rejeitou projeto que defendia a legalização desta prática criminosa e indiscriminada, que além de interromper vidas, causa a morte de milhares de mulheres pelo mundo.

No Brasil, a nova composição da Câmara dos Deputados vai discutir um projeto de lei, ainda em tramitação no Congresso, que prevê a liberação deste crime para gestações de até 12 semanas. “Quem votar a favor, estará sendo conivente com a morte de um ser em formação”, avalia Felício.

O Código Penal preserva o direito de interrupção de gestações em casos que não há outro meio de salvar a vida da gestante ou quando a gestação é resultante de um ato de estupro. O que não se pode defender são abortos praticados de forma indiscriminada, onde o feto paga pela imprudência ou pela falta de responsabilidade dos seus genitores.

Nestes casos, é preciso que o Estado crie sistemas capazes de oferecer suportes socioeconômico e de orientação social para garantir que a gestação seja preservada, se tornando assim uma consequência positiva diante de um ato falho. “Ser a favor do direito à vida é caminhar do lado do bem, algo que a sociedade precisa brigar diante de tempos em que a ética e a moral são distorcidas pela corrupção do dinheiro, do corpo e da alma”, considera Felício.