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Celio Junger Vidaurre

É preocupante a comunicação feita pelo Diretor Geral da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE nesse início da semana. Ficou patente, com os dados que a OMS é detentora, sobre a COVID-19 não estar sendo bem coordenada no Brasil. Tudo porque a realidade de nossos executivos neste setor é simplesmente deprimente, ridícula e irresponsável. Não é compreensível que esses homens do governo não sintam a necessidade urgente de medidas drásticas para conter essa peste que assola o país.

Mas, não, as vergonhas diversificadas em cada estado brasileiro levam a morrer mais de mil pessoas diariamente e nossas autoridades ficam anunciando tudo diferente, como se as coisas tivessem chegando à normalidade. O fato verdadeiro é a continuação de mil brasileiros perdendo suas vidas, e nossas autoridades assistem a COVID-19 matar nossa gente impiedosamente sem qualquer reação plausível. Na verdade, o que foi mostrado pelo Diretor da OMS é o que constatamos no dia a dia da pandemia por aqui.

A falta de manutenção de um gerenciamento correto nos leva a preocupar o que pensam esses governantes incompetentes, omissos e irresponsáveis, pois, nos últimos dias as mortes diárias não saem desse patamar absurdo de mil pessoas que perderam suas vidas e, assim, fica difícil conter o vírus invisível. Se com esses meios de comunicação as autoridades fazem isso, o que pensar se não houvesse esse tipo de fiscalização? Os caras não conseguem cair na real. As estatísticas trazem os números, e não acontece qualquer reação. Pior, anunciam que tudo está melhorando.

Mas, duro mesmo é o que ocorre aqui no Rio de Janeiro. Parece mentira, mas, há mais ou menos 20 anos, ou seja, quando tivemos vários governos de partidos diferentes, quase todos os secretários e subsecretários de saúde já passaram por prisões e foram taxados de corruptos com o dinheiro da saúde. A prática desses executivos da saúde é sempre a mesma, todas pela compra de material que deveriam ser usados por aqueles que necessitam do serviço público para sobreviver. E os executivos da hora, insensíveis aos problemas de terceiros, enchem seus bolsos, sem, todavia, perceberem que poderão pagar caro com as irregularidades cometidas.

Agora, foram longe demais. Nessa pandemia, onde todos estão envolvidos, os executivos da saúde do RJ resolveram contribuir com o elevado número de mortos. Por incrível que pareça, a maioria dos respiradores comprados não era compatível para o tratamento e combate da COVID-19 e, assim, tanto o secretário como o subsecretário foram presos e, mais, recolheram malas e mais malas de dinheiro, fruto dessa corrupção. Só que as vidas daqueles que se foram não voltam mais. Onde está o sentimento de cidadão desse médico Secretário de Saúde que acabou afastado?

Após esses dados, verifica-se que o Estado do Rio de Janeiro é, sem dúvida, um recordista em roubos na saúde pública. Os números não mentem. Todo mundo sabe analisar os problemas trazidos pelo fechamento do comércio, tudo isso é sabido por trazer consequências para a economia, porém, as vidas das pessoas deveriam estar em primeiro lugar. Esquecem o que na prática as outras pandemias nos trouxeram, quando resolveram abrir as lojas. A história nos guarda ensinamentos que deverão ser absorvidos por todos, principalmente, para os executivos do programa de combate a essa peste. Será que essa gente nunca leu ou pesquisou nada sobre 1918?
Ignorar os fatos não os altera!