Paralisação de caminhoneiros causa falta de gasolina, diesel e etanol nos postos da cidade

Os caminhoneiros mantêm, pelo terceiro dia consecutivo, as manifestações nas principais rodovias federais do Rio de Janeiro, contra o preço alto do combustível. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, há pelo menos oito pontos de protesto em quatro rodovias que cortam o estado. Segundo a PRF, os manifestantes estão apenas nos acostamentos das estradas e, portanto, não bloqueiam as pistas.

E esta paralisação já começa afetar os moradores de Macaé. Os postos de gasolina da cidade estão com o estoque perto do fim causando problemas no abastecimento nesta quarta-feira (23). Dos 26 estabelecimentos na cidade, 18 postos já não têm álcool, gasolina e diesel. Outros oito postos de combustíveis, os proprietários afirmaram que os estoques já estão baixos e ameaçam acabar até sexta-feira. Nos locais que ainda contam com combustíveis na bomba, o motorista tem pagado caro para abastecer. O valor da gasolina chega a média a R$ 5, 09.

Em Rio das Ostras, dos 21 postos, 15 estabelecimentos já não têm mais combustíveis. Já em Casimiro de Abreu dos nove postos, sete estão sem gasolina, álcool e diesel. O município de Carapebus conta com apenas dois postos, e os dois estabelecimentos estão com os estoques comprometidos.

A empresa de ônibus Sistema Integrado de Transporte (SIT), que atua no município, reduziu o número de frota nesta quarta-feira (23), já que o estoque de combustível está comprometido e que a empresa estudo circular os ônibus somente em horário de pico.

FIRJAN divulga nota sobre a paralisação dos caminhoneiros

O Sistema FIRJAN manifesta sua grande preocupação com a paralisação que os caminhoneiros estão promovendo desde ontem em vários estados. Como o transporte rodoviário de cargas é o mais importante dentro da logística nacional, há risco de desabastecimento.

Isto se mostra ainda mais grave no caso da indústria fluminense. A crise econômica dos últimos anos foi mais grave no Estado do Rio do que no resto do Brasil. Tal conjuntura levou as empresas a trabalharem com estoques muito reduzidos, e qualquer paralisação no transporte leva rapidamente a desabastecimento.

Também é importante destacar que as empresas do Rio de Janeiro já enfrentam o grave problema das maiores ocorrências de roubos de carga do Brasil. Estas ações criminosas, além de afetarem o abastecimento, inibem os investimentos e desestimulam a geração de emprego e de renda.

Quanto à questão dos altos preços dos combustíveis as empresas instaladas em território fluminense também são mais afetadas. É no Rio de Janeiro que ocorre a maior incidência de ICMS no óleo diesel, entre os estados das regiões Sudeste e Sul. Dos R$ 3,75 cobrados pelo litro de diesel, em média, no Estado do Rio, R$ 0,58 correspondem ao recolhimento de ICMS. Em São Paulo, maior economia do país, o preço médio do diesel é de R$ 3,52/litro e o ICMS corresponde a R$ 0,41.