Numa demonstração clara de que o governo parece não estar voltado para o que anseia a sociedade, alicerçada no tripé da previsibilidade, da credibilidade e de ações que possam fazer voltar a tranquilidade do mercado, o enfrentamento da greve dos caminhoneiros ocorrida desde o dia 21 do mês passado, não pegou as autoridades de surpresa porque havia mais de um ano que os representantes da categoria vinham fazendo reivindicações que ficaram esquecidas. Somente quando a corda arrebentou e o movimento ganhou força e desabasteceu o mercado, trazendo consequências sérias para a população que acabou pagando o pato, o governo resolveu ceder a todas as alternativas e, pior, descobriu-se que por trás do movimento haveria participação de empresários e existência de locaute.

Ora, que a população também não aprendeu, não resta dúvida. Em vez de todos buscarem alternativas e usarem a criatividade, o jeitinho brasileiro para deixar a crise para trás e apoiar o movimento, fizeram uma corrida aos mercados e postos de gasolina, imaginando que o mundo poderia acabar, elevando mais ainda os preços.

As autoridades ficaram perdidas no espaço e nem a ameaça de colocar as forças armadas para atuar parece ter intimidado os grevistas e os caminhoneiros não sindicalizados que pretendiam cumprir sua missão, começaram a ser impedidos e sofrer ameaças, agressões e até morte, desta vez, com a participação de “estranhos no ninho”, ou seja, aproveitadores de ações políticas para fazer acontecer o quanto pior, melhor. Até hoje, as consequências do movimento continuam e as pesadas multas aplicadas aos empresários, principalmente, ganharam o apoio político do Congresso, onde senadores e deputados pretendem aprovar projeto de anistia. Aí é que o eleitor entra. É este o Brasil que queremos? Esta, talvez, a razão da grande campanha nas redes sociais para não reeleger nenhum dos que hoje ocupam cargos no Congresso e no governo. Será que a população vai dar o troco nas urnas?

Subsídios e desemprego

Em 2013, quando começou sua jornada para administrar um dos municípios mais ricos do Estado e, estar entre os que mais arrecadam no país, graças aos orçamentos bilionários, o prefeito tratou logo de adotar uma medida populista, com certeza, visando a reeleição, que aconteceu. Estabeleceu a tarifa dos ônibus urbanos a 1 Real e, como existe denúncias de que os fiscais foram impedidos de atuar, as empresas apresentavam as notas estimando – segundo fontes que pediram anonimato – o transporte de até 140 mil passageiros. Ou seja, se a tarifa era de R$ 3,16, o município começou a pagar à SIT o subsídio de R$ 2,16 o que, multiplicado por 140 mil, faria chegar aos cofres das empresas de ônibus R$ 7,2 mil por mês, multiplicado por 12 meses atingiria cerca de R$ 87 milhões por ano. Ou seja, se pensasse diferente, em vez de escorrer tanta grana para as empresas que compõem a SIT, daria para criar uma empresa e transportar os passageiros de graça, além de criar empregos diversos.

Mas, tentando observar com olho de lynce e entender, o vereador Marcel Silvano (PT), chegou a esboçar a criação de uma CPI para investigar o transporte público e entender o que estava se passando. Não encontrou eco, o subsídio continuou sendo pago e… veio a reeleição, garantida. Agora, como o Dr. não deixou o cargo para ser vice-governador, deputado federal ou estadual (a crise da Lava Jato tem deixado muita gente sem dormir), resolveu mudar a regra e agora, só vai pagar 1 Real, quem residir em Macaé.

Os milhares de trabalhadores que vêm dos municípios vizinhos, terão de pagar a tarifa cheia de R$ 3,07. Mas, como quem paga o vale-transporte é o empregador, até então também beneficiado, pode ocorrer mais desemprego pela cidade. E o que se observa? Ninguém coloca a boca no trombone. As consequências, virão depois, é claro. E a CPI jamais vai saber quanto as empresas da SIT arrecadaram com os subsídios, dinheiro que poderia melhorar a saúde, a educação, e o próprio transporte, em vez de abandonar as duas composições do VLT na antiga estação depreciando, jogando pelo ralo mais de R$ 15 milhões.

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PONTADAS

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Quem paga energia sabe que é garfado na conta em R$ 6,48 por mês de Contribuição de Iluminação Pública, dinheirinho que faz falta no orçamento. Quem anda pela cidade, principalmente nos bairros periféricos, sabe que a iluminação é bastante precária. Na Linha Azul, ou Avenida Lacerda Agostinho, à noite, trechos que parecem breu. Prestação de contas, de quanto arrecada e investe, nada.

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O vereador Maxwell Vaz (SDD), começou pela rede social sua campanha para marcar os buracos da cidade. Vai ter de comprar muito spray e ter cuidado para não ser atropelado de duas maneiras. Uma delas, arriscando a vida. A outra, como pichador por estar praticando a ação em bem público. Por que não investigar o custo da “lama de asfalto” derramada pela cidade, deixando o piso liso mas com buracos?

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Foi anunciado nas redes sociais que chegaram vários remédios para combater algumas doenças mas ficou bem explícito que os mesmos só serão distribuídos aos doentes residentes em Macaé. Alguém teima que, por serem comprados com receita da prefeitura e não do SUS, a distribuição pode estabelecer este critério. O dinheiro é público e também a Farmácia. Vai ver, alguém está procurando sarna para se coçar.