Christino Áureo (PP-RJ) acrescenta que a piora do mercado de trabalho será um dos maiores desafios no período pós-pandemia - Foto: Geraldo Magela - Agencia Senado

Quase 18 milhões de brasileiros não conseguiram buscar emprego em maio, segundo o IBGE; outros 10,9 milhões procuraram vagas no período, mas não encontraram  

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre o mercado de trabalho são ainda mais profundos do que os números iniciais mostravam. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o surto da covid-19 dificultou o acesso de 28,6 milhões de brasileiros a ocupações remuneradas na última semana de maio.

Para o deputado Christino Áureo, os entraves na aplicação dos recursos de socorro às empresas e em outras medidas para manutenção do emprego precisam ser resolvidos com urgência. Nesta semana, a MP 936/20 foi aprovada também no Senado e, agora, aguarda sanção presidencial.
Nós estamos alertando há meses sobre o quanto a situação da economia brasileira iria ficar caótica, caso não sejam tomadas medidas enérgicas para que as ações cheguem até as empresas, especialmente as micro e pequenas. Nesta semana, o Congresso deu um passo importante, com a aprovação da medida provisória 936/20, mas é preciso que todas as outras formas de socorro sejam definitivamente viabilizadas. O país não pode esperar mais – afirma Christino Áureo.

Os dados fazem parte do novo levantamento PNAD COVID19, realizado pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde. O mesmo documento aponta que 17,7 milhões não conseguiram nem mesmo procurar emprego, seja devido à doença ou pela falta de vagas nas regiões onde vivem. Outros 10,9 milhões, que já estavam desempregados, chegaram a procurar oportunidades, mas não encontraram.
De acordo com a pesquisa, o contingente de pessoas desocupadas saltou de 9,8 milhões, na primeira semana de maio, para 10,9 milhões, na última semana – uma alta de 10,8%. Ou seja, a pandemia fez com que mais de um milhão de brasileiros perdessem o emprego no mês passado.  Com isso, a taxa de desemprego passou de 10,5% para 11,4% – alta que só não foi mais expressiva porque uma fatia considerável da população, como mostrou o IBGE, não consegue buscar uma recolocação no atual cenário. Só é considerado desempregado quem está efetivamente procurando emprego.
Christino Áureo (PP-RJ) acrescenta que a piora do mercado de trabalho será um dos maiores desafios no período pós-pandemia.
Além do aumento do desemprego, o elevado nível de informalidade do mercado de trabalho também preocupa. Segundo o IBGE, cerca de um terço da população ocupada do Brasil não tem carteira assinada. São 29,1 milhões de trabalhadores com menor proteção social e maior vulnerabilidade à crise. De olho em questões como esta, nós, deputados e senadores participantes da Câmara Viva, elaboramos um documento com análise técnica, apontando soluções para o país. O texto foi entregue ao governo na última semana – finaliza o deputado.