Próteses para reabastecer o Banco foram compradas e devem chegar na próxima semana. Projeto busca recursos para a compra de máquina especial para confecção dos sutiãs - Divulgação

Feijoada dos 10 anos da Tribo dos Malês teve renda revertida para um dos seus projetos, o Mulheres em Luta

Sabendo da necessidade de acolher pacientes que enfrentam o câncer e sofrem com a falta de apoio do poder público nos seus tratamentos, a Tribo dos Malês 21 criou o Projeto Mulheres em Luta. A iniciativa, sem fins lucrativos, vem fazendo a diferença na vida de várias mulheres carentes que encaram a doença.

De todos os tipos, o câncer de mama é um dos mais recorrentes. E foi daí que nasceu outra iniciativa, o Bando de Próteses, Sutiãs e Perucas. Desde que foi criado, várias pacientes foram beneficiadas e, de alguma forma, tiveram as suas autoestimas recuperadas nesse árduo processo de recuperação.

Como não conta com apoio do poder público, o seu reabastecimento é feito através de eventos para arrecadar recursos ou doações. No último dia 20, a Tribo comemorou os seus 10 anos de criação. A data foi celebrada com uma feijoada beneficente.

Segundo Marilene Ibraim, idealizadora de tudo, o evento foi um sucesso e ajudou a reabastecer o banco. “Obrigada a todos que compareceram. Foi muito bom. Tirando todos os serviços que tivemos que pagar, como atrações, cozinha, aluguel de mesas, limpeza e afins, conseguimos o dinheiro para a compra de 40 novos sutiãs. Eles já foram encomendados e chegam na semana que vem”, conta.

Marilene ressalta que o projeto busca recursos para conseguir comprar uma máquina de costura e, assim, poder confeccionar os próprios sutiãs, o que reduziria os custos e beneficiariam mais pacientes.

“Nós chegamos a receber uma doação de uma máquina comum, mas o que acontece é que precisa ser uma específica, industrial”, explica. Quem quiser ajudar, basta entrar em contato com o projeto para mais informações sobre as especificações da máquina.

Segundo Marilene, o número de demanda de mulheres carentes que procuram o projeto só tem aumentado ao longo dos sete anos de criação. “O nosso Banco tem seis anos e o número de pacientes tem crescido mais do que nunca. Infelizmente a demanda é tanta que precisamos urgentemente ter a nossa oficina para poder abastecer o nosso banco. Temos conseguido com muitas dificuldades ir atendendo. Uma única mulher é atendida com dois sutiãs, por exemplo, por isso a necessidade de termos sempre em estoque”, diz.

Além do Mulheres em Luta, o Movimento Tribo dos Malês 21, presidido por Marilene Ibrahim, também é conhecido por outros serviços prestados à comunidade macaense. O concurso A Mais Bela Negra de Macaé também completou 10 anos, assim como o Amigos para Sempre e a Campanha do Agasalho.