Além da manutenção, há anos a população vem cobrando melhorias na acessibilidade da passarela

Essa semana, cidadãos procuraram o jornal O DEBATE para denunciar rachaduras nos pilares de sustentação

 

Considerada a principal ligação entre a Barra de Macaé e o Centro, a passarela, cortada pelo Rio Macaé, situada ao lado da Ponte Ivan Mundim, é utilizada diariamente por milhares de pessoas, entre elas, trabalhadores e estudantes do bairro e de comunidades do entorno.

A “ponte velha”, como é denominada por muitos macaenses, tem uma estrutura antiga, o que exige a manutenção periódica. No entanto, os cidadãos alertam o poder público quanto aos riscos dela cair.

Essa semana um leitor entrou em contato com o jornal O DEBATE para denunciar justamente as condições da ponte. Em imagens enviadas, ele mostra a existência de rachaduras nos pilares de sustentação.

“Os pilares centrais estão sendo esmagados pelo peso. É só uma questão de tempo para essa ponte desabar. Isso aqui é uma tragédia anunciada. É igual aquela de Rio das Ostras, mas acho que essa aqui está ainda pior. A prefeitura precisa fazer uma intervenção antes que algo de ruim ocorra. Medidas simples que vão salvar vidas. Fazemos esse apelo à prefeitura, para que ela tome uma atitude em relação a isso o quanto antes”, diz o leitor, que não quis se identificar.

Paralelo a isso, a passarela também sofre com o problema da falta de acessibilidade. Isso foi, inclusive, pauta de uma reportagem em novembro do ano passado. Além do medo de passar ali, um dos pontos apontados por quem a atravessa todos os dias são as barras de ferro instaladas nos dois lados. A explicação para isso seria tentar impedir que motos trafegassem pelo local para fugir do engarrafamento e das blitzen realizadas no trevo da Barra.

Porém, além de atrapalhar os pedestres, essas barras impedem que pessoas com dificuldades de locomoção passem por lá. Nossa equipe chegou a flagrar várias mães com carrinhos de bebês e pessoas com bicicleta tendo dificuldades para pular o obstáculo no caminho. Líderes comunitários da região chegaram a fazer o pedido de melhorias para a ponte em 2016, solicitações que nunca foram atendidas.

Há cerca de quatro anos, o jornal conversou com representantes da secretaria de Mobilidade Urbana que, na época, explicaram que, naquele momento, as barras de ferro instaladas eram “as melhores alternativas para impedir que a ponte seja utilizada de forma irregular por motociclistas, o que traria um perigo ainda maior a quem faz a travessia de bicicleta (que deve fazê-lo empurrando o veículo), carrinhos de bebê, pedestres, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção”.

A nossa equipe voltou a procurar a prefeitura no final do ano passado. Segundo a secretaria de Infraestrutura, as barras seriam necessárias para evitar acidentes provocados pelo acesso irregular de motos na passarela. O órgão ressaltou na época que entendia, também, a necessidade dos cadeirantes e idosos e iria buscar, por meio de um estudo, uma maneira de atender esse público.

Quanto aos motociclistas, vale ressaltar que, segundo o Art. 193 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transitar com o veículo em calçadas, passeios e passarelas é considerado uma infração gravíssima. O infrator pode ser penalizado com multas.

Procurada, a prefeitura informou que, de acordo com a secretaria de Infraestrutura, será realizada vistoria para verificar a estrutura da ponte de pedestre da Barra e, caso necessário, realizar as ações cabíveis. Quanto a questão da acessibilidade, a solicitação foi encaminhada para a secretaria de Mobilidade Urbana