Buracos no trecho norte da rodovia, na altura de Cabiúnas, voltam a causar prejuízos para os condutores

Nos últimos meses tem sido frequente o número de relatos de pessoas que sofreram algum dano ou acidente decorrente das precárias condições das vias na região. Um exemplo disso é a Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), que há anos sofre com a falta de manutenção.

A consequência disso é o asfalto em péssimo estado de conservação. Os condutores que circulam pela rodovia no trecho norte, entre Rio das Ostras e Macaé, enfrentam obstáculos como buracos no meio da pista e acostamento deteriorado.

Essa semana, um leitor entrou em contato com a nossa redação para cobrar do poder público uma solução para o problema. Segundo ele, na noite do último domingo (13), por volta das 18h, cerca de 10 veículos haviam sofrido acidente por conta da presença de duas crateras na pista.

“Estava voltando de Campos dos Goytacazes, como sempre faço, e acabei presenciando a cena. Por pouco eu também não fui vítima. Contei uns sete carros parados no local com a roda quebrada. O pessoal estava revoltado. Os próprios condutores estavam sinalizando os outros, colocando as rodas na pista e os triângulos. Está realmente perigoso. Esse trecho aqui sempre sofre com esse problema. O governo vem, faz um serviço ruim de tapa-buraco mas não resolve de fato a situação da rodovia”, diz Marcelo, morador do Parque Aeroporto.

Ele alerta também para outra questão, que é a falta de iluminação no trecho. “De dia já está perigoso, mas à noite é pior, ainda mais se a pessoa não conhecer bem a rodovia. Devido a escuridão, muita gente não vê o buraco e quando nota a presença já é tarde demais. Assim como esses que presenciei no domingo, acredito que muito mais gente já foi vítima da má conservação da Amaral Peixoto. Pagamos IPVA cada vez mais caro, impostos anualmente, e as melhorias que são boas, nada”, lamenta. “O pior que é uma localidade deserta, próximo a comunidades (Lagomar e Engenho da Praia), onde a gente fica exposto à ação de bandidos”, completa.

Após as reclamações, a nossa equipe de reportagem voltou a percorrer o trecho em Cabiúnas, um dos pontos mais críticos.

Enquanto o Governo do Estado alega a crise como justificativa para a falta de investimento em melhorias, quem paga a conta do prejuízo é a população. “Há cerca de um ano eu tive uma roda danificada por conta de um buraco nesse mesmo trecho. Quem arcou no final com a conta fui eu, porque o estado não paga. É uma falta de respeito com a população”, diz Ana Carolina, moradora do Centro.

A nossa equipe entrou em contato mais uma vez com o DER-RJ que, em nota, informou que a manutenção no trecho citado da RJ-106 é de responsabilidade da prefeitura (convênio foi publicado no Diário Oficial no dia 16 de junho de 2014).

A prefeitura também foi procurada e explicou que a manutenção desse trecho da RJ-106 já estava previsto e será executado nos próximos dias pela secretaria de Infraestrutura,
Vale ressaltar que a manutenção das vias está prevista dentro do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), que garante que é dever das autoridades promover um trânsito seguro e de qualidade.

De acordo com o Art. 1º “O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito”. Na prática, entretanto, a lei não é respeitada nem mesmo pelas autoridades.