Desrespeito ao trânsito, falta de acessibilidade e semáforos queimados são alguns dos problemas

Considerada a área mais movimentada do município, o Centro é famoso por ser o local de maior concentração de lojas e demais estabelecimentos comerciais. É também onde fica situada a sede da prefeitura e de vários órgãos.

O fluxo nessa região é bastante intenso, já que o local é caminho obrigatório para milhares de pessoas, seja para trabalhar ou realizar os demais afazeres. No mundo inteiro, grandes centros são famosos pela sua rica variedade cultural, sendo muitas vezes considerados pontos turísticos. Em Macaé, apesar de contar com prédios históricos e praças, essa questão é pouco explorada.

Assim como grandes centros urbanos, a região central de Macaé acumula diversos problemas que, somados, geram muitas reclamações das milhares de pessoas que moram, trabalham ou passam por ali todos os dias. Diante disso, essa semana o Bairros em Debate volta, depois de um ano desde a última visita, para ver o que melhorou e o que ainda continua tirando a população do sério.

Pedestres reclamam da falta de sinalização em alguns pontos da cidade

Pedestres sofrem com a falta de semáforos

Não é de hoje que o jornal O DEBATE vem alertando as autoridades sobre a necessidade de promover melhorias na sinalização da cidade, principalmente quando o assunto é referente aos semáforos. Quem mais sofre com isso são os pedestres, que reclamam da falta de manutenção dos aparelhos.

Um dos pontos mais críticos é a Região Central, onde também há a maior concentração de pessoas circulando. Essa semana, a nossa equipe fez uma nova ronda, onde pôde constatar que o problema ocorre em várias localidades do Centro.

Alguns dos trechos prejudicados com os semáforos queimados são: Rua Vereador Manoel Braga, esquina com a Avenida Rui Barbosa; Rua Velho Campos, esquina com Rua Silva Jardim; Rua Teixeira de Gouveia, esquina com Rua Vereador Abreu Lima. Esses são apenas alguns exemplos de vários que podemos encontrar pela Capital do Petróleo.

Se com o sinal funcionando, os riscos de atropelamentos são grandes, sem ele a situação fica ainda mais perigosa. Em alguns pontos eles nem existem, atrapalhando na hora de atravessar. Muitas pessoas reclamam que precisam ficar olhando para o sinal dos veículos para saber se está aberto ou não.

Enquanto o poder público não toma providências, cabe aos condutores respeitarem. De acordo com o Art. 170 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública é infração gravíssima, com penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. O veículo pode ser apreendido e o documento de habilitação retido.

O Art. 214 diz que deixar de dar preferência de passagem ao pedestre e ao veículo não motorizado (bicicleta) na faixa de pedestre, que não tenha concluído a travessia mesmo após o sinal abrir, é considerada uma infração gravíssima, podendo ser multado.

Lembrando que em 2012, a secretaria de Mobilidade Urbana, responsável pelo funcionamento dos semáforos na cidade, disse que iria solicitar o reparo daqueles que estivessem danificados. Seis anos depois, a situação continua a mesma em Macaé.

Em resposta, a prefeitura explicou recentemente que a secretaria de Mobilidade Urbana iria implementar um plano de ação para priorizar as demandas do Centro da cidade, procurando melhorar as condições de visibilidade nos principais pontos.

Circulação no local só é permitida quando a bicicleta é empurrada

Ciclistas ainda circulando no Calçadão

A convivência entre motoristas, ciclistas e pedestres deve ser sempre de harmonia, porém ambas as partes precisam tomar alguns cuidados para não causar acidentes. Na última semana, a equipe de reportagem fez um flagrante de desrespeito em pleno Calçadão da Avenida Rui Barbosa, no Centro.

Vários ciclistas foram vistos trafegando pelo local com sua bicicleta, o que é proibido no decorrer de todo o Calçadão, que é uma área destinada exclusivamente aos pedestres.
Desde quando foi criado o Calçadão, ficou proibido o trânsito de bicicletas no local, exceto quando elas fossem empurradas. Mas durante o dia, muitas irregularidades são vistas. Pessoas que passam de bicicleta pelo local, muitas vezes em alta velocidade, podem causar acidentes com os pedestres.

De acordo com o artigo 68 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quando o ciclista está somente empurrando a bicicleta, ele é considerado pedestre em direitos e deveres, não podendo ser multado. No entanto, o artigo 255 diz que conduzir bicicletas em área de passeio é proibido. A infração é considerada média e a penalidade é de multa de R$ 130,16.

Em casos mais graves, a Guarda Municipal pode apreender a bicicleta e a retirada desta só pode ser feita mediante recibo do pagamento da multa. No entanto, nem mesmo a presença de agentes do órgão impedem que o desrespeito ocorra em pleno centro comercial da cidade.

Segundo a prefeitura, a secretaria de Ordem Pública, através da Guarda Municipal, mantém operação de rotina no calçadão para coibir o tráfego de bicicletas. A indicação é que o ciclista atravesse a via empurrando a mesma.

Buracos na frente da sede da prefeitura aguardam reparo há mais de um ano

Manutenção de calçadas

Apesar de todo cidadão ter o direito de ir e vir, na prática isso nem sempre acontece como deveria. No caso de Macaé, andar pelas ruas da cidade parece mais uma corrida de obstáculos, transformando a caminhada em um grande desafio para os pedestres.

Trafegar por esses lugares significa uma aventura e requer muita paciência. Não é difícil encontrar irregularidades e pessoas trafegando pelo meio da pista, arriscando suas vidas ao dividir o espaço com veículos, por conta de obstáculos nas calçadas.

Passa o tempo e nada muda na Capital do Petróleo. Quando se trata de calçadas no município, a prefeitura é bem clara: “a responsabilidade pela manutenção é dos proprietários dos imóveis”. No entanto, quando a fiscalização não é feita, quem paga por isso no final é a população.

Mas e quando o trecho é de responsabilidade do poder publico? É o caso da calçada que margeia o Rio Macaé na Avenida Presidente Sodré. Desde 2016 o jornal O DEBATE vem denunciando a falta de manutenção nessa localidade. Contudo, até hoje nada foi feito.
“Está cheio de buracos. Alguns, inclusive, em frente a sede da prefeitura. É um total descaso”, diz a comerciante Janaina Mendes.

Quem mais sofre com essa falta de acessibilidade na cidade são os deficientes, entre eles, cadeirantes. É comum flagrar essas pessoas andando pelo canto da pista devido a falta de espaços adequados ou até mesmo rampas de acesso.

Procurada, a prefeitura informou que, após o jornal entrar em contato, equipes da secretaria de Infraestrutura estiveram no local e realizaram a manutenção na Avenida Presidente Sodré.