Em se tratando de alianças políticas, nem sempre o que parece ser a melhor opção, é o que garante a vitória, seja nas urnas, ou perante a sociedade.

Ao surgir da vacância criada pelo convite feito por Eduardo Paes (DEM) a Comte Bittencourt (PPS), a candidatura vitoriosa do vereador Welberth Rezende (PPS) à vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), reforça a tese de que a unificação de esforços é capaz de criar oportunidades únicas, dentro do universo eleitoral.

No entanto, a campanha do vereador/deputado tinha como força o indicativo de vitória, de acordo com as pesquisas de intenção de votos, da dupla formada pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro e o deputado estadual que manteve linha de oposição às gestões de Sérgio Cabral, preso em Bangu.

No entanto, aberta as urnas no primeiro turno, quão foi a surpresa do amplo desempenho, e liderança de votos, do ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) que impulsionado pela onda bolsonariana, e com a ausência de Anthony Garotinho (PRTB) no pleito, conseguiu angariar os votos dos insatisfeitos, transformando a batalha pela sucessão do governo de Pezão (MDB) em um belo exemplo de voto de protesto.

Com as surpresas que só o processo eleitoral é capaz de gerar, torna-se hoje um trabalho árduo sustentar uma campanha que possui, em sua história, a marca de outros atores que configuram hoje a lista de investigados pelo Juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

Mais ainda, é complicado manter uma adesão à campanha que, de forma clara, não representa o desejo da sociedade fluminense que, assim como a maior parte dos eleitores do país, clama por mudanças, de ideologia e de formato de gestão.

Por conta disso, a adesão à campanha de Eduardo Paes em Macaé torna-se tão fria quanto o andamento da batalha pelo convencimento do eleitorado, neste segundo turno.

Em que pesem as transformações necessárias à reformulação da democracia nacional, há de se esperar que a aliança política seja mantida, mesmo sem a empolgação e o entusiasmo importantes para uma utópica aposta de virada, pouco provável de ocorrer, tanto na batalha pelo Estado, quanto para o futuro da presidência da República.