Audiência Pública confirma interesse pelo Porto e só falta a Licença Prévia

A população macaense viveu quarta-feira passada (7), a realidade de um sonho capaz de mudar o futuro do município e da região. Mobilizados para participar da audiência pública e discutir o Relatório de Impacto Ambiental para instalação do complexo logístico do Terminal Portuário de Macaé, os mais diversos segmentos da sociedade, durante cerca de seis horas, fazendo mais de 600 questionamentos, aplaudiram a iniciativa que vai colocar Macaé no ápice, em futuro próximo. Foram mais de três mil pessoas que ansiavam pela realização de um projeto que vai tornar o município ponto de referência no mundo.

A ousadia do projeto que, ao final, terá o custo estimado de R$ 8 bilhões, vai mudar o cenário futuro da região. O que se via no rosto de algumas pessoas, antes céticas, após a exibição de todos os cenários, era o de alívio por estar participando de um evento de grande envergadura. O TEPOR atenderá às necessidades operacionais da indústria de óleo e gás e disponibilizará a infraestrutura necessária para que Macaé esteja preparada para acompanhar o novo ciclo de desenvolvimento econômico que começa a acontecer no país.

Durante a construção haverá a necessidade de obras de dragagem, prevista para acontecer ao longo de cinco meses e, durante as obras que irão ocorrer em cerca de 10 anos, quando todo o complexo deverá estar em plena operação, nos períodos de maior atividade serão gerados até 5.300 empregos diretos, com o empreendedor se comprometendo a priorizar a contratação de mão de obra local. No cenário futuro, a implantação e, consequentemente, a operação do Tepor permitirá que o município se consolide no cenário nacional relacionado às atividades de óleo e gás, evitando que essa demanda se direcione para outros municípios ou regiões do país, além de propiciar a possibilidade de diversificação de investimentos atraindo indústrias de transformação para a retroárea terciária do Tepor. Foi mais um grande momento histórico vivido pela população no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho.

Começar de novo…

No momento em que a população parecia ver o sonho se tornando realidade para colocar Macaé na lista das mais importantes com o possível complexo portuário capaz de fazer inveja a muitos, o município viveu no dia seguinte o transtorno, mais uma vez, da completa falta de infraestrutura para enfrentar as chuvas que caíram em maior volume, destruindo casas, alagando ruas, derrubando pontes e inundando toda a cidade. Pior é que esta ameaça continua sendo anunciada para as próximas chuvas porque, com raras exceções, os prefeitos cuidaram de fazer o papel de casa, planejando obras capazes de minimizar essa situação.

A atual gestão que está completando seis anos de mandato, apesar das promessas de mudança, parece não ter mudado nada e também não sabe o que fazer para resolver os problemas antigos e que necessitam de ações urgentes para evitar mais catástrofes no futuro. Pelas redes sociais, os apelos dramáticos dos moradores de bairros mais atingidos, principalmente os bairros Sol Y Mar, Riviera, Visconde de Araújo e, de norte a sul, registro de casos de alagamentos, prejudicando substancialmente a vida da cidade e dos cidadãos. Com orçamento anual ultrapassando R$ 2 bilhões, o que se pergunta pelos quatro cantos da cidade é: para onde está indo tanto dinheiro, já que a cidade vive em estado de abandono?

As composições do VLT não andam na linha apesar de o município pagar mais do que devia, o ginásio poliesportivo está literalmente abandonado, as obras de dragagem feitas nos bairros Visconde de Araújo pela Odebrecht/Zadar que custaram mais de R$ 277 milhões que não foram concluídas, o ginásio do Ypiranga também destruído, a ponte velha com os pilares a ponto de desabar, puxa… Fazer projetos ou propostas enganosas agora que se aproximam novas eleições, é fácil. Mas basta uma chuva, não tão intensa, para a população e o comércio voltar a sofrer as consequências de uma gestão ruim que merece nota zero.

 

PONTADAS

Para fazer as reformas no Terminal Central, as mudanças no sistema de mobilidade urbana não deram certo e foi um caos. Tudo voltou à estaca zero. Parece que a situação não vai melhorar. Os passageiros da SIT reclamam que uma viagem do Aeroporto até ao Cavaleiros pode levar duas horas e meia, quando o transporte é regular. Qual o problema? A adoção do Cartão Cidadão que, sem trocadores, os motoristas são obrigados a fazer o trabalho duplo para liberar.

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Não são somente as chuvas que preocupa a população de modo geral. Quem anda pela cidade de norte a sul e de leste a oeste, observa um enorme número de lâmpadas queimadas, postes danificados que não são recolocados e trechos em completa escuridão, o que favorece o aumento do índice de criminalidade. E o cidadão é garfado, todo mês, na conta de energia, quase R$ 7,00. Cadê o dinheiro? Será que a ENEL não está repassando a grana para a prefeitura?

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Comentário ouvido após as eleições, com alguns protagonistas lamentando a não eleição do deputado federal Otávio Leite (PSDB), que por causa de 150 votos perdeu e deverá ser secretário de turismo no governo Witzil. Onde está a força do partido e de aliados que mantém até cargos comissionados na Alerj? Como se observa, o fenômeno Bolsonaro fez vítimas por aqui também.

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Até domingo.