no São José do Barreto que fica o Centro de Convenções, onde ocorre a Brasil Offshore

Problemas como falta de manutenção das ruas, lazer e urbanização da orla estão entre as reivindicações

Considerado um dos bairros mais antigos do município, é no São José do Barreto que fica situado o Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho e o Parque de Exposições Latiff Mussi, onde são realizados os maiores eventos da cidade. É ali que, de dois em dois anos, ocorre a “Brasil Offshore – Feira e Conferência da Indústria de Petróleo e Gás”, a terceira maior do mundo nesse segmento.

No entanto, quem mora ali reclama que o progresso do petróleo não chegou até hoje na localidade, que acumula vários problemas de infraestrutura.
Diante disso, essa semana, o Bairros em Debate esteve novamente no local, onde conversou com alguns moradores, que pontuaram as principais situações que fazem parte do cotidiano de quem vive ali.

Com a possibilidade da instalação do novo porto, no futuro, e a facilidade de acesso à nova Zona Industrial, essa região vem sofrendo uma forte expansão imobiliária. Diante disso, as questões de infraestrutura precisam ser resolvidas logo, a fim de evitar que os problemas se agravem.

Entre as principais solicitações estão a manutenção de ruas, lazer e urbanização do Parque Atlântico, trecho situado no lado da orla.

“Poucas mudanças ocorreram. O nosso bairro tem muito a melhorar. Na época dos eventos e da feira eles fazem serviços paliativos para ‘mascarar’ os nossos problemas, mas para questões importantes, como saneamento e urbanização da orla nunca dão atenção”, diz Ana Paula.

 

Buracos tomam conta das ruas

No dia a dia, os motoristas precisam tomar certas medidas para promover um trânsito seguro, tanto para eles, quanto para os demais condutores. Uma delas é prestar atenção nas condições das vias, já que muitas vezes elas não apresentam condições apropriadas, seja pela sinalização inadequada ou pela existência de muitos buracos.

Buracos tomam conta das vias do bairro

No São José do Barreto a falta de manutenção das vias tem causado uma série de transtornos para a população. Basta andar pelo bairro para ver a grande quantidade de buracos. Um deles, situado na altura de um dos condomínios da MRV, tem colocado em risco a segurança viária.

A avaria já toma conta de uma das pistas, obrigando os condutores a desviarem pela contramão. “Dependendo do horário, quando o fluxo de entrada e saída dos moradores é maior, fica um caos, porque a gente tem que aguardar para passar. Mas não é só aqui, o bairro está largado”, diz José Luís.

Lembrando que a manutenção das vias está prevista dentro do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), que garante ser dever das autoridades promover um trânsito seguro e de qualidade. De acordo com o Art. 1º, “o trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito”.

 

Pavimentação lidera lista de reclamações

Se onde o asfalto chegou os buracos causam transtornos, em locais onde não há pavimentação é ainda pior. Basta atravessar a rua em frente ao Centro de Convenções para encontrar uma realidade diferente.

Parte da orla é uma das mais precárias

Andar por alguns pontos do bairro é uma aventura, já que as vias até hoje não foram pavimentadas. Para piorar a situação, o intenso fluxo de caminhões deixa o chão ainda mais esburacado, dificultando a acessibilidade das pessoas.

Quando faz sol, a poeira invade as residências, causando transtornos e fragilizando a saúde de quem vive no bairro. Essa situação acaba contribuindo com várias doenças respiratórias e quem geralmente mais sofre são as pessoas alérgicas e as crianças. Quando chove, a lama impede que os moradores possam entrar e sair de suas casas.

Um dos trechos mais críticos é no lado da orla, onde fica a Praia do Barreto, no Parque Atlântico. “A urbanização da orla se tornou um sonho longe de se tornar realidade. É algo que a gente deseja há anos, mas que nunca foi do interesse do poder público colocar em prática. Tem dias que o acesso fica precário, devido aos buracos e a lama. Além da questão da acessibilidade e de saúde, se isso aqui fosse revitalizado poderia ser até uma opção de lazer para a gente”, diz um morador que pede sigilo do nome.

Moradores pedem melhorias no lazer

No dicionário, a palavra lazer significa “tempo de que se dispõe livremente para repouso ou distração”. O problema é que no São José do Barreto a praça ainda precisa ser mais atrativa. Isso acontece porque a única opção é o campo de grama sintética, ou o de areia, situado um ao lado do outro.

Única opção de lazer é a praça atrás do Parque de Exposição

A população acredita que a enorme área pública poderia ser melhor aproveitada, principalmente para as crianças. “Essa área poderia ser melhor utilizada, mas está em completo estado de abandono. Não tem um parquinho para as crianças. Eu levo meus filhos na Vila Badejo, pois é a opção mais próxima”, relata uma mãe, que não quis se identificar.

Ela ressalta que, além da praça, o Parque de Exposições também poderia ser melhor utilizado. “Não apenas para eventos grandes, mas propor atividades para a população, principalmente aos finais de semana”, completa.

No início de 2016, a prefeitura disse que, quanto à reforma da praça em frente ao Nupem, existia um projeto básico, que estava em fase de conclusão para que pudesse ser licitado e, assim, a obra pudesse ser executada. Dois anos se passaram e apenas a manutenção (capina e pintura) foram feitas nesse tempo.

Bairro terá nova escola

Nem tudo é motivo de insatisfação. Essa semana a prefeitura anunciou que já está em fase de construção a Escola de Educação Infantil do Barreto. Ela funcionará em uma área de dois mil metros quadrados na Rua 12, loteamento Franco Plaza, ao lado da Unidade de Estratégia Saúde Família.

A unidade irá beneficiar 300 alunos na faixa de dois a cinco anos. De acordo com a Superintendência de Infraestrutura da Secretaria de Educação, em breve, a estrutura passará por fundação, fase importante para o início da execução. Ao todo serão 16 salas de aula. Deste total, seis salas contarão com lactário, área de repouso e banheiros específicos para as crianças do maternal I e II (dois e três anos).

O espaço também terá solário, refeitório, sala de leitura multiuso, laboratório de informática, almoxarife, sala de reuniões para professores, sala da diretoria e secretaria e sala de recursos. A escola também contará com pátio coberto, anfiteatro com palco e estacionamento.

A previsão de conclusão dos trabalhos é 2019. A obra segue os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Educação Infantil, documento desenvolvido pela Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), contendo concepções, reforma e adaptação dos espaços onde se realiza a Educação Infantil.

O que diz a prefeitura

Procurada, a prefeitura de Macaé informou que, em relação aos buracos, vem realizando operação tapa-buracos em diversas regiões do município. Neste local, os trabalhos estão previstos para serem realizados em até 15 dias.

Quanto ao lazer, a secretaria de Infraestrutura diz que as praças dos bairros Malvinas e Glória estão recebendo manutenção e melhorias na área de lazer. A ação contemplará todas as praças do município. A previsão e que, até o final do ano, os trabalhos sejam realizados no São José do Barreto.

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C: Marianna Fontes

F1: É no São José do Barreto que fica o Centro de Convenções, onde ocorre a Brasil Offshore
F2 e F3: Buracos tomam conta das vias do bairro
F4 e F5: Parte da orla é uma das mais precárias
F6: Única opção de lazer é a praça atrás do Parque de Exposição