Governador do Estado do Rio Luiz Fernando Pezão

Palavra gravada na história da política nacional, em virtude da insatisfação popular por conta da má conduta de ex-presidentes da República, o impeachment passa a assombrar também a democracia Fluminense, um desfecho melancólico para agentes públicos que seguem unidos em esquemas de corrupção.

Preso há duas semanas por ser denunciado como um dos beneficiados pelos esquemas montados por Sérgio Cabral, o governador Pezão (MDB) pode ser destituído do poder, a poucos dias que encerram o seu duro mandato à frente do Rio.

Mas, apesar de parecer sem propósito, o impeachment tratado na Alerj serve como álibi para parlamentares que tentam esconder relações pouco republicanas com o governo, afim de dar uma resposta à sociedade que clama por justiça.

A verdade é que, depois do crivo das urnas de outubro, não resta mais caminho para os políticos senão abraçar uma ideologia de intolerância, que se aproxima dos modelos de governos do estado e do país, que se preparam para assumir o poder em janeiro.

No mesmo caminho segue Niterói, cidade que registra hoje o mais novo caso emblemático sobre os efeitos da corrupção, onde a Câmara de Vereadores também discute dois processos de impeachment do prefeito preso por denúncia de corrupção.

Antes de se discutir uma eleição suplementar no município, a classe política abertamente aliada ao prefeito, agora tenta salvar a própria pele, saindo da mira da sociedade e da própria Justiça.

Em que pese o apelo do povo por uma limpeza geral da corrupção, há de se perceber que o mesmo caos pode ser registrado em breve nas cidades mais prósperas do Estado, um caminho sem volta, articulado por aqueles que nunca abandonarão a influência do poder, independente da máscara que use.