Com o fim do prazo das convenções, o resultado das escolhas dos partidos representa de forma clara o clima de instabilidade política que ainda paira, não apenas sobre o Planalto Central, mas também por todo o país.

Após inúmeras reuniões, avaliações de candidatos, projeções de crescimento de campanhas e riscos de perdas e ganhos de poder, as legendas apresentaram as únicas soluções viáveis dentro de um território hostil, que visa preencher uma lacuna aberta durante o Impeachment e ampliada pelas investidas da Operação Lava Jato.

No centro desta disputa estão o PSDB com Geraldo Alckmin, o PDT com Ciro Gomes, o PSL com Jair Bolsonaro, o PT com Lula preso, o REDE com Marina Silva, o PODEMOS com Álvaro Dias, o PC do B com Manuela D’Ávila, o MDB com Henrique Meirelles, o NOVO com João Amoêdo, o PSOL com Guilherme Boulos, entre outras escolhas dos partidos nanicos.

Esse quadro representa a incapacidade de diálogo dos partidos em traçar planos conjuntos, visando a superação da baixa aceitação da sociedade da classe política, apresentando ao eleitorado um plano de governo focado no “todo”, talvez sendo esse o único partido não formado durante esses quatro ano de instabilidade social.

Por mais que a lista apresente nomes consagrados da política nacional, e alguns chancelados por participações positivas em governos, a formação da disputa eleitoral para a presidência da República ainda não representa a vontade da sociedade em ver um país novo surgir, em meio as cinzas deixadas pela corrupção e pela afronta à democracia.

Depois de meses de expectativas sobre os candidatos, agora os partidos preparam estratégias para as campanhas que terão um prazo curto, para começar dia 16 e para terminar em 6 de outubro, tempo que provavelmente não será bem aproveitado pelos concorrentes.

O que se espera, daqui para a frente dessa disputa, são ataques diretos e pesados entre os adversários, trocas de acusações e fake news que não darão as respostas esperadas pela sociedade.

E com isso, o Brasil perderá mais uma oportunidade de se reconstruir, de superar os descaminhos criados pela corrupção, o descrédito gerado pela política e a incerteza de que a nação será forte o suficiente para reencontrar os caminhos do progresso e do desenvolvimento.