Em que pese todos os fatos que marcaram um dos momentos políticos e administrativos mais conturbados da história do país, que envolveu um impeachment, a dissolução de um dos maiores esquemas de corrupção do Brasil, a redução do tamanho da economia e a batalha contra uma crise real, alguns ensinamentos podem ser aproveitados da fase de tempestade, que abre o tempo para um período de bonança para Macaé.

No meio do turbilhão de emoções, de instabilidade e de incertezas que pairaram sobre a nação, eis que as discussões sobre as mudanças pertinentes à visão fechada sobre o monopólio do petróleo nacional, surgiu uma ideia que agora pode ser a salvação para milhares de famílias, de Macaé e de outras cidades do país.

Uma discussão lançada em edições passadas da Brasil Offshore, mas que ganhou corpo em 2017, a revitalização dos campos maduros surge hoje como mais um portfólio de atrativos oferecidos pelo mercado nacional de óleo e gás. E com alto potencial de geração de emprego.

Dar à Bacia de Campos uma sobrevida nas operações offshore, ampliando a margem de extração de barris diários, aproveitando o arranjo produtivo consolidado por verdadeiros desbravadores de uma atividade bastante hostil e vulnerável às intempéries da natureza, só fortalece a importância de Macaé para este novo contexto do mercado do petróleo.

Com a sinalização da Petrobras, de que é possível recuperar o fator de produção de reservas importantes para a sua estratégia de investimentos, injetar mais dinheiro para extrair mais petróleo dessas reservas, significa ampliar também o prazo de contratos, além de estabelecer uma nova linha de demandas, supridas por empresas que há três décadas compõem o invejável polo produtivo do petróleo local, algo que não surgirá da noite para o dia, em qualquer outra cidade fluminense.

E com a visão da própria indústria, de que o pós-sal ainda representa o berço das operações offshore no país, há de garantir que Macaé permaneça no topo da preferência das petroleiras em reforçar suas raízes em um mercado que é tão rápido para se recuperar, quanto para sentir os impactos internacionais, que geraram três anos de recessão.

Com o fim da crise, dados positivos deixam de ser estimativas e passam a ser algo real e definitivo, que permitem, não apenas a Macaé, mas a outras cidades da região a sonharem como verdadeiros e próximos dias melhores. Que assim seja!